A atenção pura pode ser desenvolvida de duas maneiras: (1) como uma prática meditativa metódica com objetos selecionados; (2) aplicando-a, na medida do possível, aos eventos normais do dia, junto com uma atitude geral de vigilância e compreensão clara. Os detalhes da prática foram descritos em outro lugar, e não é preciso repeti-los aqui.[1]
O objetivo principal deste ensaio é demonstrar e explicar a eficácia deste método, ou seja, mostrar o poder efetivo da vigilância. Particularmente em uma época como a nossa, com sua louvação supersticiosa da atividade externa sem fim, sempre haverá quem pergunte: “Como pode uma atitude passiva da mente, como a atenção pura, levar aos grandes resultados mencionados?” Como resposta, podemos sugerir ao arguidor não confiar nas palavras dos outros, mas submeter as asserções do Buddha ao teste da experiência pessoal. Mas aquele que não conhece o ensinamento do Buddha o suficiente para aceitá-lo como guia confiável, pode hesitar em seguir, sem boas razões, uma prática que precisamente devido a sua simplicidade pode lhe parecer estranha. No que segue, um número de tais boas razões são apresentadas ao escrutínio do leitor. Elas também pretendem ser uma introdução ao espírito geral de Satipaṭṭhāna, bem como servir de indicador quanto às suas perspectivas mais amplas e significativas. Além do mais, espera-se que aqueles que aceitaram o treinamento metódico reconheçam nas observações seguintes certos elementos de sua própria prática, e sejam encorajados a cultivá-los deliberadamente.
Do ensaio O Poder da Vigilância de Ven. Nyanaponika Thera
Oo ensaio online completo no link: https://nalanda.org.br/meditacao/o-poder-da-vigilancia