Antes que possamos estender nossa compaixão aos outros, primeiro temos que estendê-la a nós mesmos. Como vamos fazer isso? Temos que olhar para nossa própria mente e avaliar como nossas próprias expressões neuróticas – nossos pensamentos confusos e emoções perturbadoras – estão realmente nos ajudando a acordar. Nossa agressão pode nos ajudar a desenvolver clareza e paciência. Nossa paixão pode nos ajudar a abandonar os apegos e ser mais generosos. Basicamente, uma vez que vemos que essa mente confusa também é a nossa mente desperta, podemos apreciá-la e ter confiança em nossa capacidade de trabalhar com ela. Afinal, é uma boa mente, a mente que nos levará à iluminação. Quando entendermos isso, podemos começar a abandonar nossa atitude anterior de repulsa por nossas emoções.
Ponlop Rinpoche
no livro O Buda Rebelde