Não há necessidade de filosofar sobre seu caminho ( seu trabalho espiritual ) para torná-lo espiritual. De qualquer maneira, ele tem um significado espiritual. Se você se considera uma pessoa no caminho espiritual, então tudo o que você faz é parte do caminho, uma expressão do caminho. A descentralização, a ausência de ego, a falta de busca pela felicidade e o não evitar a dor – tudo isso nos traz à realidade de lidar com as coisas direta e completamente. Lidar com as coisas dessa maneira descentralizada e sem ego é conhecido na tradição budista como upaya, ou meio hábil. Sem isso, não há como descobrir o guru interno, ou professor interno, como se poderia chamá-lo, que é a instrução constante que você começa a receber no caminho. A situação da vida diária torna-se o ensino; torna-se um processo de aprendizagem constante. Não há como desenvolver esse senso de professor interior se você deixar de se relacionar diretamente com as situações da vida diária, porque sem isso, não há intercâmbio com o seu mundo.
– Chögyam Trungpa do livro “Trabalho, Sexo, Dinheiro: Vida Real no Caminho da Atenção Plena”