Roshi Kapleau (um mestre Zen moderno) concordou em falar a um grupo de psicanalistas sobre Zen. Após ser apresentado ao grupo pelo diretor do instituto analítico, o Roshi quietamente sentou-se sobre uma almofada colocada sobre o chão. Um estudante entrou, prostrou-se diante do mestre, e então sentou-se em outra almofada próxima, olhando seu professor. "O que é Zen?" o estudante perguntou. O Roshi pegou uma banana, descascou-a, e começou a comê-la. "Isso é tudo? O senhor não pode me dizer nada mais?" o estudante disse. "Aproxime-se, por favor." O mestre replicou. O estudante moveu-se mais para perto e Roshi balançou o que restava da banana em frente ao rosto do outro. O estudante fez uma reverência e partiu. Um segundo estudante levantou-se e dirigiu-se à audiência: "Vocês todos entenderam?" Quando não houve resposta, o estudante adicionou: "Vocês acabaram de testemunhar uma completa demonstração do Zen. Alguma questão?" Após um longo silêncio constrangido, alguém falou. "Roshi, eu não estou satisfeito com sua demonstração. O senhor nos mostrou algo que eu não tenho certeza de ter compreendido. DEVE existir uma maneira de nos DIZER o que é o Zen!" "Se você insiste em usar mais palavras," o Roshi replicou, "então Zen é 'um elefante copulando com uma pulga...'".
Você talvez se pergunte que esse que aqui publica não tem exatamente uma corrente definida, porque ele publica vários mestres, inúmeros autores trazendo especialmente textos sobre a meditação e atenção plena, mindfulness e observações sobre como a mente funciona. Desde Krishnamurti, passando por Osho, Eckhart Tolle, Pierre Weil, Lao Tsé, Mestre Linji, Thich Nhat Hanh, Pema Chödrön e inúmeros outros mestres (e outros nem tanto assim) que muitas vezes nada tem a ver um com o outro, se observarmos somente a aparência.
Nossa mente quer um caminho, e quer o certo. Ela quer evitar erros, mesmo sabendo que vamos errar, nos atrasar na caminhada, entender de forma equivocada conceitos e ideias, queremos evitar isso. É natural e bom que seja assim.
É necessário observar sem pressa. Aprender sem esquecer de praticar, pois é através da prática que experienciamos o que nos ensinam esses mestres e descartamos o que não é real.
Sem se perder em conceitos ou tomar partidos ficamos sempre abertos ao novo, sempre inocentes e despretensiosos conosco e com os outros.
Nos outros e na vida cotidiana temos nosso maior campo de provas, nossos melhores mestres são as pessoas de nosso convívio, na interação com eles que vemos nós mesmos.
Portanto, estamos aqui, no caso desse blog, tentando aprender e entender a meditação e a atenção plena, para que isso seja usado na nossa vida de relação, nos nossos relacionamentos diários mesmo, sem fuga e sem grandes expectativas. E nessa busca não damos a mínima para de onde vem esse mestre, qual sua escola, sua linhagem, seu conhecimento, se ele falar sobre meditação e atenção plena nós vamos estudar ele.
Com a calma de um bebê que está aprendendo a andar vamos tentando, caindo, tentando de novo com total curiosidade e compaixão por nós mesmos, afinal, estamos aprendendo a andar e se não formos doces e compassivos conosco, quem mais será?