A meditação se eleva ao seu nível apropriado quando o que medita só pense sobre a relação ou aspiração existente entre si mesmo e o Eu Superior; e elevar-se-á ao seu nível mais supremo quando elimine mesmo tais ideias e ele não pense em mais nada a não ser no Eu Superior.
Esta arte da meditação, em síntese, é uma questão de se chegar a profundidades cada vez maiores dentro de si mesmo até que se penetre por trás do ego dentro do puro ser.
O estudo apropriado sobre isso terá de levar em conta uma divisão tripla: primeiro, a natureza da mente de acordo com a filosofia; segundo, os trabalhos da mente; terceiro, o método de obtenção do controle sobre esses trabalhos, isto é, o yoga.
Começamos a prática sendo ativos na mente, mas após suficiente prática, só poderemos prosseguir se ficarmos mentalmente passivos.
Esta arte da meditação é realizada através de dois estágios progressivos: primeiro, pela concentração mental e segundo, pelo relaxamento da mente. O primeiro é positivo e o segundo passivo.
É um propósito dela chegar mais e mais próximo do Centro do próprio ser…
Um processo que leva a consciência ao desapego das coisas, das racionalizações, dos eventos e de todos os objetos possíveis, para centralizá-la no próprio ser.
Uma arte que ensina, primeiro, a que se retire do seu meio circundante pela concentração em único pensamento e, posteriormente, a que submerja na Mente Espiritual ao pôr de lado qualquer pensamento.
O primeiro passo será capturar os pensamentos e recolhê-los em si pelo poder da vontade. O segundo será pôr a atenção dentro de si mesmo, afastando-a dos cinco sentidos relacionados à experiência física. É um processo de retirada da atenção do que o circunda e do direcionamento dela para dentro de si mesmo.
Durante a meditação, o propósito principal será liberar a mente das preocupações mundanas e dos desejos pessoais, possibilitando assim que ela torne-se um receptáculo claro e vazio para que seja preenchida pelo divino – no momento em que seja atraída devido ao preparo feito para isso. Ao retirar todos os pensamentos da mente ela será vivenciada pelo que é – pura e sem misturas.
Se quisermos ter sucesso na meditação, duas condições fundamentais devem ser lembradas: a primeira será que tragamos nossa atenção de volta a nós mesmos quando ela se disperse; a segunda, que sempre penetremos mais e mais profundamente no nosso interior até que o Vazio seja alcançado e, por fim, que nos tornemos unos com esse Vazio.
A essência divina está dentro de nós mesmos e não em algum outro lugar. Isso nos mostra a direção correta de onde encontrá-la. A atenção, com seus interesses e desejos que a movimentam, terá de ser recolhida das coisas e seres externos.
A meditação primeiro reúne nossas forças em um único canal e, depois, as direciona para o Eu Superior. É um trabalho de direcionar a atenção mais e mais para dentro até que chegue a um plano, por trás dos pensamentos, aonde somente o ser em paz exista e esteja bem-aventurado.
(PB – Notebook 4 – Cap. 1)
fonte;
http://misticismonaturalmn.blogspot.com.br/2016/10/o-que-e-meditacao-paul-brunton.html