O Bem está perto da Verdade, mas não é, todavia, a Verdade – Swami Vivekananda

O Bem está perto da Verdade, mas não é, todavia, a Verdade. Depois de aprender a não ser perturbados pelo mal, temos que aprender a não nos sentirmos felizes com o bem. Devemos descobrir que estamos além do bem e do mal, devemos estudar suas concordâncias e ver que ambos são necessários.

A idéia de dualismo provém dos antigos persas. Em realidade o bem e o mal são uma só coisa e estão na nossa própria mente. Quando a mente é dona de si mesma, nem o bem nem o mal a afetam. Sejamos perfeitamente livres, então nada poderá afetá-la e gozaremos de liberdade e felicidade. O mal é uma cadeia de ferro e o bem uma cadeia de ouro; ambas aprisionam.

Sejamos livres e saibamos, de uma vez por todas, que não há correntes para nós. Usemos a corrente de ouro, para nos libertar da de ferro, e depois, abandonemos as duas. O espinho do mal está em nossa carne. Tomemos outro espinho, do mesmo arbusto, para retirá-lo depois nos desfaçamos dos dois e sejamos livres.

No mundo, tomem sempre a posição daquele que dá. Dêem tudo e não busquem recompensa. Dêem ajuda, dêem amor, dêem serviço dêem qualquer coisa que possam dar, por pequena que seja, porém, evitem traficar. Não imponham condições e nenhuma lhes será imposta. Damos, porque é próprio da generosidade, como Deus dá a nós. O Senhor é o único Doador, todos os demais são só guardiões.

Obtenham seu cheque e será valido em todos os lugares. Deus é a inexplicável e inexpressável essência do amor; pode ser conhecido, porém nunca definido. Em nossas misérias e lutas, o mundo nos parece um lugar espantoso, porém, do mesmo modo que quando vemos dois cãezinhos rosnando e mordendo-se, não fazemos caso porque sabemos que tudo é um brinquedo e mesmo quando se dêem uma ou outra mordida, não se causarão muito dano; assim, todas as nossas lutas são só jogos, aos olhos de Deus.

Este mundo é apenas para brincar e Deus se diverte com ele. Nada há no mundo, que possa motivar a cólera de Deus.

“Mãe! No mar da vida, meu barco afunda. O torvelinho da ilusão e a tormenta do apego crescem a cada momento. Meus cinco remadores (os sentidos) estão loucos e o timoneiro (a mente) é fraco. Perdi meu rumo, meu bote se afunda.

Oh! Mãe, salva-me.” “Mãe, Tua luz não se detém ante o santo ou o pecador; ela anima o amante e o assassino.”

A Mãe está se manifestando sempre, através de tudo. A luz não é empanada por aquele sobre o qual brilha, nem tão pouco beneficiada por ele. A Luz é sempre pura, sempre imutável. Por trás de cada criatura está a Mãe, pura, amorosa, invariável. “Mãe, manifestada como Luz em todos os seres, diante de Ti, nos inclinamos!”

Ela está, igualmente, no sofrimento e na fome, como no prazer e no sublime.

“Quando a abelha libera o mel, o Senhor está comendo.” Sabendo que o Senhor está em todas as partes, os sábios renunciam a abastança e a censura. Saibamos que nada pode fazer-nos mal. Como poderia? Não somos, por acaso, livres? Não somos o Atman? Ele é a Vida de nossas vidas, a audição de nossos ouvidos, a visão de nossos olhos.

Corremos pelo mundo, como um homem perseguido pela polícia e apenas percebemos algum resplendor fugaz das belezas que contém. Todo este temor que nos persegue, provém de crer na matéria. A matéria tira toda sua existência da presença da mente, atrás dela. O que vemos é Deus filtrando-se através da natureza.

Swami Vivekananda em Palestras Inspiradas

PS: realmente muito inspiradas, parece poesia pura

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