Para entender o altruísmo, você precisa entender que tudo o que existe está contido em dois grupos chamados de duas verdades: convencional e definitiva. Os fenômenos que vemos e observamos ao nosso redor podem ir de bons a ruins, ou de ruins a bons, dependendo de várias causas e condições. Muitos fenômenos não podem ser considerados inerentemente bons ou maus; eles são melhores ou piores, altos ou baixos, bonitos ou feios, apenas por comparação, não por sua própria natureza. Seu valor é relativo. A partir disso, você pode ver que há uma discrepância entre a maneira como as coisas aparecem e como realmente são. Por exemplo, algo pode – em termos de como parece – parecer bom, mas, devido à sua natureza interna ser diferente, pode tornar-se ruim uma vez que seja afetado por condições. A comida que parece tão boa em um restaurante pode não cair tão bem em seu estômago. Este é um sinal claro de discrepância entre aparência e realidade.
Esses próprios fenômenos são chamados de verdades convencionais: são conhecidos pela consciência que não vai além das aparências. Mas os mesmos objetos têm um modo interno de ser, denominado verdade última, que permite as mudanças ocasionadas pelas condições. Uma consciência sábia, não satisfeita com meras aparências, analisa para descobrir se os objetos existem inerentemente como parecem existir, mas descobre sua ausência de existência inerente. Ele encontra um vazio de existência inerente além das aparências.
– 14th Dalai Lama
O Hákarl é um prato tradicional na Islândia. Hákarl é carne de tubarão podre. Putrefato mesmo… Se um de nós nos encontramos com algo assim somente o cheiro já nos afastaria da coisa, é um alimento ruim pensaríamos, está podre, impróprio para consumo. Uma curiosidade é que a carne desse tubarão, tubarão-da-groenlândia, se consumida fresca pode ser bem venenosa. Então o que parece bom, o fresco, na verdade é ruim e o que parece ruim, o podre na realidade é a forma “correta” de ser ingerida.
É preciso ir além das aparências…
Respire. Agora 