Existe uma consistência na felicidade? É realmente uma entidade? É simplesmente um sentimento que pisca de repente e se foi. É isto! Ela nasce e depois morre. O amor relampeja por um momento e depois desaparece. Onde está a consistência no amor, no ódio ou no ressentimento? Na verdade, não existe uma entidade substancial ali, eles são apenas impressões que se espalham na mente e depois morrem. Eles nos enganam constantemente, não encontramos segurança em nenhum lugar. Assim, como disse o Buddha, quando a infelicidade surge, ela permanece por um tempo, e então desaparece. Quando a infelicidade desaparece, a felicidade surge e permanece por um tempo e depois morre. Quando a felicidade desaparece, a infelicidade surge de novo…e assim continua. No fim, nós só podemos dizer isto: além do nascimento, da vida e da morte do sofrimento, não há mais nada. Só existe isso. Mas, nós que somos ignorantes, corremos e agarramos algo constantemente. Nós nunca vemos a verdade, que é simplesmente essa contínua mudança. Se entendermos isso, então não precisaremos pensar muito, mas teremos muita sabedoria. Se não soubermos, então teremos mais pensamento do que sabedoria –e talvez nenhuma sabedoria de modo algum! Somente quando verdadeiramente percebermos os resultados nocivos de nossas ações é que conseguiremos abrir mão delas.
Ajahn Chah