O mestre Zenguetsu escreveu para os seus discípulos:
– Viver no mundo e, no entanto, não criar apego ao pó do mundo é o caminho de um verdadeiro estudante de Zen.
– Ao testemunhar a boa ação de outrem, encoraja-te a seguir-lhe o exemplo. Ao saber do erro de outrem, diz a ti próprio que o não deves imitar.
– Ainda que estejas só, num quarto totalmente às escuras, age como se tivesses perante ti um respeitoso hóspede.
– Exprime com franqueza os teus sentimentos, mas não te tornes mais expressivo do que a tua verdadeira natureza.
– A pobreza é o teu tesouro. Nunca a troques por uma vida ociosa, de lazer.
– Uma pessoa pode parecer um louco e no entanto não o ser. Poderá estar apenas a guardar cuidadosamente a sua sensatez.
– As virtudes são o fruto da autodisciplina e não caem do céu por si próprias como a chuva ou a alva neve.
– A humildade é o alicerce de todas as virtudes. Deixa que teus vizinhos te descubram, antes de te apresentares.
– Um coração nobre não se força a exprimir-se. As suas palavras são como pedras raras, raramente expostas e de grande valor.
– Para o discípulo sincero e honesto, cada dia é um dia afortunado. O tempo passa, mas ele nunca se deixa ficar para trás. Nem a vergonha nem a glória poderão nele influir.
– Censura-te a ti próprio, nunca aos outros.
– Não discutas o que está certo e o que está errado.
– Algumas coisas, embora certas, foram consideradas erros crassos durante inúmeras gerações. Posto que o valor da retidão pode vir a ser reconhecido séculos mais tarde, não há motivo plausível para ansiar por um reconhecimento imediato.
– Vive com a causa e deixa os efeitos para a grande lei do universo.
– Passa cada dia em tranquila meditação.