MEDITAÇÃO DA COMPAIXÃO E DA FELICIDADE

MEDITAÇÃO DA COMPAIXÃO E DA FELICIDADE 


1) Que eu possa ser feliz através da Senda da Plena Atenção e da Correta Compreensão.
2) Que eu possa estar livre de todo sofrimento, através da Senda da Plena Atenção e da Correta Compreensão.
3) Que eu possa ter saúde perfeita através da Senda da Plena Atenção e da Correta Compreensão.
4) Que eu possa superar todos os meus defeitos pela purificação mental, através da Senda da Plena Atenção e da Correta Compreensão.
5) Que eu possa ser feliz, através da Senda da Plena Atenção e Correta Compreensão

Mas, o que é ser feliz? O que é a Felicidade?


a) Ser feliz, é viver na plenitude do momento que passa. Que eu possa viver na plenitude do momento que passa, libertando-me de um passado já morto e de um futuro inexistente, pois a única coisa de real que existe é o momento presente. Que eu possa desenvolver a vivência na plenitude do momento que passa, seguindo a Senda da Plena Atenção. Que eu possa estar em plena atenção durante todas as atividades do dia, isto é: no 
andar, atento apenas ao andar; no ver, atento apenas ao visto; no comer, atento apenas ao comer; no escrever, atento apenas ao que estiver escrevendo e assim por diante. Que eu possa criar em minha mente um poderoso reflexo de Plena Atenção para permanecer plenamente atento durante as vinte e quatro horas do dia, e os sessenta minutos de cada hora e os sessenta segundos de cada minuto, a fim de, por experiência própria, descobrir o Real, que é o momento presente; e ser feliz, em toda a plenitude. 

b) Ser feliz, é ser forte na renúncia. Mas a renúncia não deve ser apenas uma palavra, expressão de um conhecimento intelectual, ou teórico. A renúncia deve ser uma realidade que tem de ser experimentada. Renúncia é sinônimo de libertação. É ela que prepara o caminho para o progresso espiritual. Que o espírito de renúncia se estabeleça cada vez mais profundamente no meu interior, para que eu possa ser feliz, feliz em toda a plenitude.


c) Ser feliz é não se apegar a coisa alguma deste mundo. Todo apego cria germe de futuro sofrimento. Eu, que busco a correta compreensão de todas as coisas vejo tudo em sua perspectiva correta e percebo que todas as coisas estão sujeitas às leis da impermanência, da insatisfatoriedade e da impessoalidade, compreendo que não é verdadeira a felicidade oriunda de um mundo em constante transformação, mutação e evolução. Percebo que a felicidade, oriunda do apego às coisas dos sentidos, traz, em si, o germe da insatisfatoriedade.
A alegria oriunda do apego traz, em si, o germe da tristeza e o prazer dos sentidos, a semente de futuros sofrimentos. Portanto, a Plena Atenção do fato de que o mundo está sujeito às leis do sofrimento, acha-se tão firmemente estabelecida em mim, que eu estou sempre apercebido disso e assim, independente, vivo sem me apegar a coisa alguma deste mundo.


d) Ser feliz, é estar livre de todos os desejos. Se me sinto feliz no momento de satisfazer um desejo que me surge na mente, é porque naquele exato momento eu fico sem desejo. Porém, logo em seguida, a felicidade desaparece, porque surgem outros desejos em minha mente. E assim sucessivamente. Por isto
compreendo que, por maior que seja a minha capacidade de satisfazer os meus desejos, estes serão sempre superiores à capacidade de satisfação, pois, á medida que eles vão sendo satisfeitos, tornam-se cada vez mais variados, mais exigentes, complexos, escravizando-me à roda da vida, aos renascimentos e mortes sucessivas, ao vir-a-ser, às lágrimas, às dores e sofrimentos sem fim. 

Percebo que, no momento em que minha mente ficou sem desejos, senti-me feliz; então, pergunto-me como não será a felicidade oriunda de um estado mental completamente livre de todos os desejos. Esta é a felicidade suprema, total, completa e global, é o NIRVANA. Mas como alcançar objetivo tão elevado? Só há um único caminho: é o da Senda da Plena Atenção e da Correta Compreensão. 

Estando distraído, desatento e surgindo-me um desejo na mente, eu me identifico com este desejo, torno-me uno a ele, pensando que sou eu quem deseja; assim, ignorando a realidade das coisas, sou levado a buscar a imediata satisfação deste desejo e me ligo à roda da vida e a sofrimentos sem fim. No entanto, surgindo um desejo, estando atento, digo: “Há em mim um desejo, algo que está a desejar, pensar, sentir e ver”; então esse desejo, tio poderoso a principio, transforma-se num simples pensamento sem qualquer possibilidade de atuar sobre mim e assim é como vou me libertando de todos os desejos para alcançar, finalmente, a suprema felicidade.

Que eu possa ter saúde perfeita, que todos os meus órgãos possam funcionar perfeitamente bem, que eu seja sadio e feliz. Mas para ter saúde perfeita devo cuidar tanto do corpo como da mente, porque ambos trabalham interligados, em intima interação, um influenciando o outro. Que eu possa, pois, ter saúde perfeita Pela purificação mental, vencendo todos os meus defeitos. Que eu possa ter saúde perfeita, expulsando para bem longe de mim toda a vaidade, toda a inveja, o ciúme, o egoísmo, o ódio, a crítica, a cobiça, a maledicência, a malícia, a má vontade, as palavras duras e ociosas, e todas as demais vivências indesejáveis que, constantemente, surgem em minha mente. Assim, pela purificação mental, eu acalmarei meu sistema nervoso, purificarei o meu sangue e terei saúde perfeita. Portanto, que eu possa, através da Senda da Plena Atenção e da Correta Compreensão, seguir o conselho de todos os Budas, isto é: EVITAR O MAL, FAZER APENAS O BEM, PURIFICAR MINHA PRÓPRIA MENTE E SER FELIZ, FELIZ EM TODA A PLENITUDE.
No final desta meditação, ao sentirmo-nos realmente felizes, imaginemos uma pessoa à nossa frente e projetemos toda a vibração de felicidade para esta pessoa, repetindo, somente, a palavra felicidade, felicidade, felicidade. Ao repetir 
felicidade, a nossa mente deve estar totalmente preenchida com todo o significado da felicidade, que analisamos anteriormente.
Em seguida, mentalizamos uma segunda pessoa, ao lado da primeira, e continuamos a dizer: felicidade, felicidade, felicidade.
Vamos, gradativamente, aumentando o grupo, agora colocando pessoas de ambos os sexos. Colocamos, à nossa volta, todos os membros de nossa família, amigos, conhecidos que simpatizem, ou não, conosco. Em seguida, devemos perder a individualidade das pessoas (isto é, não mais vemos um amigo, um irmão ou um parente), e, sim, uma imensidão de pessoas, a perder de vista, por todos os lados, até que toda a humanidade esteja á nossa volta, e sempre repetindo: Que haja saúde. Que haja paz. Que haja felicidade.
Em seguida, imaginemos que entre os seres humanos se encontrem todas as espécies de seres vivos, sempre dizendo: Que haja saúde. Que haja paz. Que haja felicidade. 

A seguir, imaginamos que, por todos os lados, acima, abaixo, à esquerda e à direita, à frente e atrás de nós, encontram-se seres de outras faixas vibratórias, como espíritos de todos os níveis, seres divinos e mestres.
E sempre repetindo: que haja saúde, que haja paz, que haja felicidade, para todos os lados e para todas as direções, preenchemos o universo com as nossas sinceras vibrações de Amor e desejo intenso de bem-estar a todos os seres, sem distinção.
E, terminando, que todos os seres, sem exceção, possam viver seguros e felizes.

Do livro  BUDISMO – PSICOLOGIA DO AUTOCONHECIMENTO Dr. Georges da Silva e Rita Homenko

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