Por que somos tão esnobes?
Por que ansiamos por ser reconhecidos, por nos darem importância, sermos incentivados? Por que somos tão esnobes? Por que nos prendemos à exclusividade de nosso nome, posição, conquista? O anonimato é degradante, e ser desconhecido é desprezível? Por que vamos ao encalço do famoso, do popular? Por que não estamos satisfeitos em sermos nós mesmos? Temos tanto medo e vergonha do que somos, que o nome, posição e conquista se tornam o mais importante? É curioso como é forte o desejo de ser reconhecido, ser aplaudido. Na excitação de uma batalha, a pessoa faz coisas incríveis pelas quais é honrada; a pessoa se torna herói por matar um companheiro humano. Através de privilégio, esperteza, ou capacidade e eficiência, se chega a algum lugar próximo ao topo – embora o topo nunca seja o topo, pois há sempre mais e mais na embriaguez do sucesso. O país ou o negócio é você mesmo; de você dependem as questões, você tem o poder. A religião organizada oferece posição, prestígio e honra; ali também você é alguém, destacado e importante. Ou novamente se torna o discípulo de um professor, de um guru ou Mestre, ou coopera com eles em seu trabalho. Você é ainda importante, você os representa, partilha a responsabilidade deles, você tem e outros recebem. Embora em nome deles, você é ainda o meio. Você pode vestir uma tanga ou um traje de monge, mas é você que está fazendo o movimento, é você que está renunciando.
(J. Krishnamurti – Commentaries on Living Series I Chapter 22 The Self)
Por que somos tão esnobes?