Qual gosto é o seu?

 

A ideia sobre quem você é parece muito sólida. É algo com o qual você está preso. Você é como é. Você tem tanta certeza sobre quem você é que tem fortes opiniões sobre si mesmo. O que você é pode ser amável ou odiável. Sendo assim, o que é você?

Se você nunca sentiu o sabor de sorvete então não sabe se gosta ou não disso. Não saber dá abertura ao senso de curiosidade. Você imagina, prova, e então forma uma opinião. Pode assim amar, odiar ou o que for. Não importa, é só sorvete.

Com você mesmo, se amar ou se odiar, importa muito. Se você se ama é um sortudo que tem que acordar e dormir todo o tempo com alguém que ama. Se você se odeia então está com um problema porque é obrigado a lutar o tempo todo, se diminuindo, se condenando a infelicidade, porque não tem saída de você mesmo. O complicado é que esse efeito, alegria ou infelicidade, afeta o que você ama e odeia em si mesmo. Se quer se sentir bem é importante se amar, é importante não se odiar.

Embora seja fácil admitir que não conhece o sabor de um sorvete, é difícil entender que você não sabe o que você é. Nós somos algo que processa percepções e movimenta energia. Nossos corpos convertem matéria orgânica, alimentos e até sorvete em energia da vida. Nós temos consciência e opiniões. Nós nos sentimos bem e mal, amor e ódio. Formamos grupos sociais dos quais dependem nossa sobrevivência. Somo uma combinação de material genético dos nossos pais que por sua vez são uma combinação dos pais deles. Nós dependemos que nosso planeta esteja em certa temperatura e tenha certos gases como oxigênio e nitrogênio para respirarmos e converter em energia.  O que somos é incompreensível. Saber que não sabemos o que somos nos permite abandonar nossa coleção de opiniões sobre nós mesmos e experimentar o que somos.

Com essa incompreensão nós temos que peneirar através de todas nossas crenças e opiniões para encontrar o que realmente somos. Assim como confiamos no Sol para manter nosso planeta na temperatura ideal, nós confiamos no amor para crescermos e florescermos. Assim como as folhas geram energia da luz solar, nós geramos a energia do amor através de nossa interação com o mundo.

Quando sentimos amor por outras pessoas, geramos a energia do amor. Quando os outros nos amam, geramos a energia do amor. Podemos gerar amor de qualquer coisa. Podemos amar pessoas, animais, plantas, a chuva, o pôr do sol e sorvete. Quanto mais praticamos para gerar amor, melhor vamos ficando nisso. Portanto, para se amar, pratique amar. Em qualquer lugar, a qualquer momento que ama, você está se amando também.

Uma prática que ajuda a se conectar consigo mesmo, se conectar com o mundo e gerar amor é a prática da respiração consciente. Conforme você coloca sua atenção na respiração, o padrão da sua respiração se modifica, os padrões de pensamentos se alteram e você se torna consciente do momento presente. Nessa presença pode observar o que você pensa sobre si mesmo. Pode observar como se sente. Se notar que está se machucando, pode parar o hábito inconsciente de transformar mágoas em ódio através da prática da compaixão.Esteja presente na dor. Respire com a dor, veja o que pode fazer isso melhorar. Faça o que puder. Respire de forma consciente, devagar e pense sobre o amor. Ao expirar envie amor para as pessoas que ama e ao inalar, puxe o oxigênio e o amor que existe no mundo.

Se sua ideia sobre quem você é tornar-se muito sólida e desagradável, lembre-se que você na verdade sabe muito pouco para formar opiniões tão confiáveis. Respire, seja o que você é, onde quer que esteja. Prove qual o sabor que você tem hoje.

(fonte: zenmister.com) – traduzido com autorização