Essa é a parte 2 do Para quem tentou e não consegue meditar e nesses textos que pretendo dar continuidade por tempo indefinido eu seleciono trechos de livros para ajudar na sua meditação. Coloco também links e informações caso queira ler mais. Espero estar ajudando aqueles que tentam mas não conseguem meditar.
“Os melhores meditadores são sempre bem-sucedidos porque não procuram nada.” Wu Hsin
Ajahn Chah
Algumas pessoas pensam que a meditação significa sentar-se de forma especial mas, na verdade, sentar, andar e reclinar-se são todos veículos para a prática da meditação. Você pode praticar todo o tempo. Samādhi literalmente significa “a mente firmemente estabelecida”. Para desenvolver samādhi você não tem que ir refreando a mente.
Algumas pessoas tentam ficar tranquilas sentando-se em silêncio e não tendo nada para perturbá-las de modo algum, mas isso é como estar morto. A prática de samādhi é para desenvolver a sabedoria e o entendimento. Ajahn Chah no link: https://tudopositivo.wordpress.com/2018/07/07/agua-parada-correndo-ajahn-chah/
Thanissaro Bhikkhu
A meditação é algo que você pode fazer em qualquer situação e
postura. Ainda assim, algumas situações são mais conducentes do que
outras a ajudar a mente a se acalmar. Particularmente quando você está
apenas começando, pode ser útil procurar situações nas quais as
distrações, tanto físicas como mentais, sejam pequenas.
Além disso, algumas posturas são mais conducentes do que outras a
ajudar a mente a se acalmar. A postura padrão para meditação é a postura
sentada, e pode ser útil aprender como sentar-se de uma maneira que
permita que você medite por longos períodos sem mover-se, e sem ao
mesmo tempo causar dor ou danos indevidos ao corpo. Outras posturas
padrão para meditar são a meditação andando, meditação de pé, e
meditação deitada. ( Thanissaro Bhikkhu em A Cada Respiração no links: 1- https://tudopositivo.wordpress.com/2017/04/22/instrucoes-basicas-para-meditacao-da-respiracao/ e 2 https://tudopositivo.wordpress.com/2016/12/14/livros-para-aprender-meditacao/
Joel Goldsmith A ARTE DE MEDITAR
Há muitas formas de meditação. Métodos que conduzem à meta, isto é, ao despertamento do Cristo interno. Cada um deve seguir o próprio caminho. A mesma trilha não serve para todos. Assim, cada um deve buscar o meio que lhe pareça mais adequado para sintonização de sua consciência.
Dogen
Antes de começar a meditação, respire profunda e lentamente várias vezes. Mantenha seu corpo ereto, permitindo que a respiração volte ao seu normal. Muitos pensamentos surgirão na sua mente; ignore-os, deixando-os ir. Se eles persistirem, perceba-os com a percepção que não pensa. Em outras palavras, pense sem pensar.
…
Na sua meditação, você é a o espelho refletindo a solução dos seus problemas. A mente humana tem liberdade absoluta dentro da sua verdadeira natureza. Você pode atingir a sua liberdade intuitivamente. Não lute pela liberdade, em vez disso permita que a própria prática seja a liberação.
Quando você quiser sair da meditação, mova seu corpo lentamente e levante-se em silêncio. Pratique essa meditação pela manhã ou à noite, ou em qualquer tempo livre durante o dia. Você logo perceberá que seus fardos mentais estão se desfazendo um por um, e você está ganhando um poder intuitivo até então desconhecido.
Parte de texto do link: https://vidaboa.net/2019/02/06/a-pratica-da-meditacao-dogen/
Do livro O Cérebro do Buda – esse livro é um excelente guia para quem está começando, procure um pouco no Google e encontrará bem rápido
Meditação da atenção plena
Escolher um local confortável em que seja possível se concentrar e não ser
interrompido por ninguém. Não há problema em meditar em pé, caminhando ou deitado, mas muitas pessoas meditam sentadas em uma cadeira ou em uma almofada apropriada.
Adotar uma postura ao mesmo tempo relaxada e alerta e manter a coluna razoavelmente ereta. Como sugere o pensamento zen, a mente deve ser como o condutor habilidoso de um cavalo: rédeas nem frouxas, nem curtas demais.
Meditar pelo tempo que desejar. Pode-se começar com perío dos mais curtos, mesmo
que de apenas cinco minutos. Sessões mais longas, de trinta a sessenta minutos, ajudam a meditar mais profundamente. É possível estabelecer um tempo logo no início ou simplesmente deixar correr. Dar uma espiada no relógio durante a meditação não é um crime, e programar um despertador é uma opção. Algumas pessoas acendem um incenso, finalizando a meditação logo que ele para de queimar. O importante é sentir-se à vontade para adaptar as sugestões a seguir.
Respire bem fundo e relaxe, com os olhos abertos ou fechados. Perceba os sons que vêm e vão e aceite-os como são. Neste momento reservado para meditar, renuncie a todas as preocupações, como se depositasse no chão uma mala muito pesada e se jogasse em uma poltrona confortável. Quando terminar a meditação, você poderá pegar essas preocupações de volta – se quiser!
Preste atenção nas sensações envolvidas na respiração. Não tente controlá-la;
respire naturalmente. Sinta o ar fresco entrar e o ar morno sair do corpo. O peito e o abdômen vão se expandir e murchar.
Tente acompanhar as sensações de cada respiração do início ao fim. Se quiser, pode contá-las calmamente – conte até dez e comece novamente; se sua mente se perder, volte à primeira – ou marque-as silenciosamente como “inspire”, “expire”. É normal que a mente perca um pouco o rumo; quando isso acontecer, volte a se concentrar na respiração. Seja gentil consigo e respeite seu tempo. Veja se consegue ficar atento a dez respirações seguidas (geralmente um desafio no início). Quando a mente se assentar durante os primeiros minutos de meditação, explore a sensação de estar cada vez mais absorvido na respiração e de deixar todo o resto de lado. Abra-se para os prazeres simples da respiração.
Com a prática, veja se consegue acompanhar a respiração, inspirando e expirando inúmeras vezes seguidas.
Usando a respiração como um tipo de âncora, esteja atento a qualquer outra coisa que passar por sua mente. Mantenha-se consciente de pensamentos e sentimentos, desejos e planos, imagens e lembranças – todos chegam e vão embora. Deixe que sejam o que realmente são, não se prenda a eles, não lute contra eles nem os admire.
Dê um sentido de aceitação – e até de gentileza – a qualquer coisa que atravessar o caminho aberto da consciência.
Continue o relaxamento com a respiração, com uma sensação cada vez maior de paz. Perceba a natureza mutável das coisas que passam por sua mente. Note qual é a sensação de ser envolvido pelas coisas que passam pela consciência – e qual é a sensação de deixá-las ir embora. Esteja consciente da vasta e tranquilizadora consciência em si.
Quando desejar, finalize a meditação. Perceba como se sente e interiorize o bem proporcionado por ela.