Mestre Linji disse aos seus monges:
“Mesmo se vós vivêsseis sozinhos num cume isolado, fazendo só uma refeição por dia, sentando a meditar a noite inteira, sem jamais deitar, praticando diligentemente doze horas por dia, tudo o que faríeis seria criar mais carma. Mesmo se vos desfizésseis de cidades e estados, esposas e filhos, mãos, olhos, cérebro, elefantes, casas e das sete pedras preciosas, até que mais nada vos restasse, ao final estas oferendas não fariam nada além de trazer problemas para vosso corpo e vossa mente. A retribuição por elas seria de sofrimento. Quem faz oferendas como estas não é igual à pessoa que não tem nada a fazer, que sabe ser simples e não cai em perplexidade. Nem mesmo um bodisatva que galgou os dez níveis de bodisatva conseguiria encontrar alguém que nada tem a fazer, ainda que se empenhasse de corpo e alma descobrir seu rastro. Qual é a razão pela qual essa pessoa é elogiada pelos deuses, tem os pés suspensos no ar pelos espíritos terrenos e é louvada pelos Budas das Dez Direções?
Porque pessoas como essa estão, neste exato momento, sentadas escutando o Darma e não deixando rastro algum de sua passagem”.
Mestre Linji
Linji Yixuan ou Yixuan de Linji[1](chin.. 臨濟義玄, Línjì Yìxuán, W.-G.: Lin-chi I-hsüan; jap. Rinzai Gigen; ? — 866/867) foi o fundador da escola chinesa de budismo chán linji zong (chin. 臨濟宗, Línjì zōng, W.-G.: Lin-chi tsung). Ele nasceu no condado Cao, na província de Shandong. Com cerca de vinte anos de idade, foi estudar com Huangbo na província Anhui. Obteve a iluminação espiritual e foi morar em Zhenzhou, na província Hebei, onde fundou o mosteiro Linji, criando o seu estilo próprio de zen, o linji. Uma característica marcante desta escola era o uso do grito do mestre para produzir a iluminação espiritual de seus discípulos.[2
Respire. Agora 