A ausência de ego não é a mesma coisa que a auto-extinção. Não deixamos de existir, mas passamos a saber mais sobre nós mesmos. Perceber que não existe um eu imutável pode, na verdade, ser uma experiência enriquecedora. O caminho consiste em trabalhar conosco para que, gradualmente, superando as várias inibições, confusões e delírios da mente, comecemos a desenvolver mais insights sobre nossa própria natureza.
Quando olhamos para nós mesmos no momento presente, vemos todos os tipos de confusões e contaminações em nossa mente. No entanto, a possibilidade de superar tudo isso e tornar-se iluminado é uma realidade. Nossas próprias vidas se enriquecem por termos empreendido essa jornada. Portanto, é importante não traduzir mal este conceito de abnegação ou inexistência do ego. Dizer que não existimos é a visão niilista, que o Buda rejeitou completamente.
– Traleg Kyabgon Rinpoche