9. Todos os seres são iguais, já que desejam ser felizes e escapar de suas dores. E, ainda assim, com suas confusões eles tramam as causas dos seus sofrimentos. Quanta tristeza! Que todas as aflições dos seres infelizes e todas as suas tendências negativas diminuam. Que eles tenham uma mente equânime. Que todos os seres corporificados, atormentados por forte apego ou aversão, sejam liberados do ódio e do desejo e que tenham mentes que, igualem quem é próximo e quem é distante. Pensando de tal forma, primeiro medite sobre um único ser, então sobre dois, então três. Começando com os seres de uma região, passe para um continente e então para os quatro. Medite sobre o universo inteiro — aumentando-o mil vezes, e multiplicando pela segunda vez por mil vezes, e então pela terceira vez.
10. O sinal de seu sucesso será que o eu e o outro, amigo e inimigo se igualam. Finalizando, pense que todos os objetos dessa atitude imparcial desprovida de apego — são apenas a mente, e que a natureza da mente é semelhante ao espaço. Então, com uma mente completamente livre de conceitos, repouse no âmbito da condição definitiva, vazia e não-nascida. Como um sinal de sucesso, surgirá em você a realização daquilo que é profundo e pacífico. O resultado será uma mente que é livre do “próximo e distante”. A natureza fundamental de todas as coisas será espontaneamente alcançada.
11. Quando sua mente estiver equânime em relação a tudo, assim como você desejaria que sua própria mãe encontrasse a felicidade, Pense o mesmo para todos os seres corporificados. Portanto, todos os seres vivos tornam-se o objeto do seu amor, cuja forma consiste em querer, de modo imediato, que os seres tenham a felicidade dos deuses e dos seres humanos, e que definitivamente eles atinjam a bem-aventurança do estado búdico. Começando com um único ser, treine para abranger todos até os confins das dez direções.
Longchenpa.