Tudo o que o ego realmente é, são nossas opiniões, que consideramos sólidas, reais e a verdade absoluta sobre como as coisas são. Ter ao menos alguns segundos de dúvida sobre a solidez e a verdade absoluta de nossas próprias opiniões, apenas para começar a ver que temos opiniões, nos apresenta a possibilidade de ausência de ego. Não temos que fazer com que essas opiniões desapareçam, e não temos que nos criticar por tê-las. Poderíamos apenas notar o que dizemos a nós mesmos e ver como muito disso é apenas nossa visão particular da realidade, que pode ou não ser compartilhada por outras pessoas.
Pema Chödron
Um equívoco comum no caminho da meditação e autoconhecimento é a ideia romântica de que nos sentamos para meditar ou somente ao observar e que nesse momento uma calma e felicidade descerão sobre nós e pronto, é isso…
Mas não é isso.
Observar durante a meditação o surgir e cessar, surgir e cessar interminável de pensamentos, emoções, opiniões etc pode ser um pouco amedrontador porque aquele que observa começa a notar que ele só testemunha a coisa toda, e isso, ao invés de plenitude abençoada pode trazer um belo de um desconforto.
Com as opiniões é a mesma coisa. Ao se ver “sem opiniões” pode-se ter a sensação de perda de identidade, só que nada foi perdido, veja que é só uma sensação que surge de um estado novo, nunca antes sentido e assim como surge essa sensação também passa. Porque no final não tem jeito, nós temos nossas opiniões e nosso senso de identidade.
E Pema Chödron nesse pequeno parágrafo já nos dá a solução caso surja desconforto: “Não temos que fazer com que essas opiniões desapareçam, e não temos que nos criticar por tê-las.”
Lembre-se sempre disso quando qualquer desconforto surgir. Tá tudo certo a gente ser como é, tudo se resume a ter paciência com você mesmo evitando se criticar e seguindo em frente.
E.