Ansiedade é acompanhada pelo desejo. Enquanto a mente estiver cheia de desejo, a ansiedade lá estará. Quando o desejo cessa, a ansiedade não está mais lá.
Sri Siddharameshwar Maharaj
Para entender esse Desejo
A segunda visão sobre a Segunda Nobre Verdade é: ‘O desejo deveria ser solto e abandonado’. Isso é como o desapego aparece em nossa prática. Você tem uma visão de como o desejo deveria ser solto, mas a visão não é o desejo de soltar algo. Se você não for muito sábio e não estiver realmente refletindo em sua mente, você tenderá a seguir o “Eu quero me livrar de, eu quero soltar todos os meus desejos” – mas este é apenas mais um desejo. Entretanto, você pode refletir sobre isso; você pode ver o desejo de se livrar, o desejo de se tornar ou o desejo de prazer dos sentidos. Entendendo esses três tipos de desejo, você pode deixá-los ir. A Segunda Nobre Verdade não pede que você pense ‘Tenho muitos desejos sensuais’ ou ‘Sou muito ambicioso, tenho realmente muito bhava tanha e isso e aquilo etc’ ou ‘Sou um verdadeiro niilista. Quero mudar. Sou um verdadeiro fanático vibhava tanha. Esse sou eu’ A Segunda Nobre Verdade não é isso. Não é sobre se identificar com os desejos de sobremaneira, é sobre reconhecer o desejo”.
No ano 589 anos antes da era cristã (2513 do atual Kali Yuga), depois de experimentar sua iluminação debaixo de uma figueira do Parque das Gazelas, em Sarnath, Buda Shakyamuni fez o seu primeiro sermão, em que apresentou as quatro nobres verdades de que (1) existe sofrimento; (2) o sofrimento tem causas; (3) o sofrimento tem um fim e (4) existe um caminho para finalizar o sofrimento. Mostra que tudo é sofrimento, que a causa do sofrimento é o desejo, que o sofrimento cessa quando o desejo cessa; e que isso se consegue seguindo o caminho das oito vias. No sermão de Benares, afirmou ainda que o esforço correto é o do equilíbrio eqüidistante de todos os extremos – o Caminho do Meio, e que a liberação do ‘eu’ libera nossos corações da avidez, do ódio e da ilusão, abrindo a mente para a Sabedoria e o coração à bondade e à Compaixão. Segundo o Buda, nós devemos conhecer as quatro verdades, saber a tarefa a ser feita em cada uma delas e finalmente realizá-las por completo. Elas são semelhantes a uma receita médica, diagnosticando a doença, a causa desta doença, o remédio para curá-la e a prescrição de como tomá-lo. (fonte)
4. O Abandono da Inquietação e Ansiedade
Há um escravo que, com a ajuda de um amigo, paga uma certa quantia ao seu senhor e se torna um homem livre, podendo então fazer o que ele quiser. Da mesma forma, um bhikkhu, percebendo a grande obstrução causada pela inquietação e ansiedade, cultiva as seis coisas que os contrapõem, e finalmente abandona o obstáculo da inquietação e ansiedade. E depois de abandoná-los ele é comparável a um homem verdadeiramente livre, podendo fazer aquilo que ele quiser. Assim como ninguém pode impedir que um homem livre faça aquilo que ele queira, a inquietação e ansiedade não podem impedir esse bhikkhu de andar feliz no caminho da renúncia (sukhanekkhama-patipada).
Por essa razão o Abençoado comparou o abandono da inquietação e ansiedade com estar livre da escravidão. (fonte)