Um estranha combinação de conselhos tenho seguido no caminho espiritual, um é o clássico do Buda e outro conselho muito útil é de Flavio Gikovate. É uma combinação interessante…
O Buda: “Não se apresse em acreditar em nada, mesmo se estiver escrito nas escrituras sagradas. Não se apresse em acreditar em nada só porque um professor famoso disse. Não acredite em nada apenas porque a maioria concordou que é a verdade. Você deveria testar qualquer coisa que as pessoas dizem através de sua própria experiência antes de aceitar ou rejeitar algo.”
Flavio Gikovate: “Nós vivemos em um mundo em que o discurso oficial é que devemos confiar nas pessoas até prova em contrário. Penso que um ato de sabedoria é desconfiar das pessoas até que elas mostrem ser dignas de confiança.” fonte
Depois que li isso nunca mais esqueci e pareceu muito sábio usar isso no que eu chamo de caminho espiritual, se bem que nem sei se é um caminho e muito menos espiritual, gosto de desconfiar até do que eu acho que acho…
Usar no seu caminho o “desconfiar das pessoas até que elas mostrem ser dignas de confiança” pode ser muito útil e livrar você de decepções e erros porque uma coisa é certa, nós nos enganamos o tempo todo com aquilo que atualmente se chama espiritualidade, todo cuidado é pouco, especialmente quando vemos dinheiro envolvido, e o dinheiro, bem, nós estamos bem cansados de saber o que o dinheiro e poder podem fazer, já não somos mais crianças…
Um mestre que me ajudou muito foi Jiddu Krishnamurti, ele nos tira tudo antes de nos dar algo, dessa forma essa espécie de desilusão nos ajuda a fazer um caminho firme para os que são sérios. Não tenho capacidade para criticar Krishnamurti e nem sei direito o propósito de qualquer crítica, mas mesmo com ele é preciso usar o “Não se apresse em acreditar em nada”, coisa essa que ele mesmo repete o tempo todo, investigue por você mesmo, tenha ao menos curiosidade porque o bom do caminho é o caminhar, onde vamos chegar não importa muito, o bom é andar em segurança, se respeitando, tentando se amar e ser compassivo consigo mesmo e com os outros.
Alguém uma vez disse “quer saber se alguém é iluminado? Pergunte a esposa/marido dele/dela…” Cautela, cautela sempre!
Tendo dito tudo isso agora que chego no ponto onde por uma maravilhosa coincidência cheguei a um texto no Pensar Compulsivo (que é um depósito de coisas boas para aprender) de uma autora chamada Mariana Caplan. Resumindo, comprei o livro De olhos bem abertos: cultivando o discernimento no caminho espiritual e em breve vou colocando trechos aqui.
sinopse do livro: O discernimento é imprescindível para a viagem espiritual, e é uma das qualidades mais difíceis de se cultivar. Diretrizes simples e claras ajudam a separar o verdadeiro do falso e a evitar muitas das armadilhas que surpreendem o viajante. O despertar psicológico e o espiritual são inseparáveis. O conhecimento adquirido, quando praticado, se transforma em sabedoria, sabedoria real, concreta, necessária aos buscadores dos nossos tempos conturbados e abundantes. Mariana Caplan apresenta aqui o resultado de sua experiência pessoal, inteligência e honestidade, nos longos anos de pesquisa e contato com mestres originais e pouco convencionais. Esboça os fundamentos de um mundo saudável, um mundo do coração. E mostra que, embora seja uma viagem bem difícil, vale a pena.