Ao praticar a vigilância, pode ser útil recordar que a prática funciona mesmo quando não parece funcionar. Talvez isto seja melhor explicado com uma analogia.
Considere um córrego de montanha onde a água é bastante clara, e parece plácida e quieta. Mas se você colocar um pedaço de pau na água, uma volta em torno da pequena vara mostra que na verdade a água está fluindo. A vara torna-se um ponto de referência que nos ajuda a perceber o movimento da água.
Da mesma forma, a prática da vigilância é um ponto de referência para perceber aspectos de nossas vidas que possam ter passado desapercebidos. Isso é especialmente verdadeiro para vigilância sobre a respiração. Na tentativa de estar presente para a respiração, você pode tornar-se consciente das preocupações e da dinâmica da mente que puxa a atenção para longe da respiração. Se você puder permanecer com a respiração, então, obviamente, a vigilância na respiração está funcionando. No entanto, se sua tentativa de permanecer com a respiração resulta em maior consciência sobre o que lhe puxa para longe da respiração, então, a prática também está funcionando.
Sem a referência da prática da vigilância, é bastante fácil continuar desatento às preocupações, tensões e impulsos que operam em sua vida. Por exemplo, se você está ocupado fazendo muitas coisas, a preocupação em fazer as coisas pode cegar você para a tensão se acumulando no corpo e mente. Só parando, em vigilância, você pode tomar consciência das tensões e sentimentos que estão presentes.
Trecho de Como a Vigilância Funciona (https://nalanda.org.br/gil_fronsdal/tca-como-a-vigilancia-funciona-e-quando-nao-funciona) de um livro online que estou gostando muito de ler, VOCÊ PODE LER NESSE LINK: https://nalanda.org.br/tocar-o-coracao-do-assunto