A vida de cada pessoa é como uma mandala – um círculo vasto e ilimitado. Estamos no centro de nosso próprio círculo e tudo o que vemos, ouvimos e pensamos forma a mandala de nossa vida. Entramos em uma sala, e a sala é nossa mandala. Entramos no metrô, e o vagão do metrô é a nossa mandala, até a adolescente checando as mensagens em seu iPhone e o mendigo caído no canto. Fazemos uma caminhada nas montanhas, e tudo que podemos ver é a nossa mandala: as nuvens, as árvores, a neve nos picos, até a cascavel enrolada no canto. Estamos deitados em uma cama de hospital, e o hospital é nossa mandala. Não o configuramos, não podemos escolher o que ou quem aparece nele. É, como disse Chogyam Trungpa, “a mandala que nunca é arranjada, mas está sempre completa”. E nós o abraçamos do jeito que é. Tudo o que aparece em sua mandala é um veículo para o seu despertar. Deste ponto de vista, o despertar está na ponta dos dedos continuamente. Não há uma gota de chuva ou uma pilha de cocô de cachorro que apareça em sua vida que não seja a manifestação da energia iluminada, que não seja uma porta para o mundo sagrado. Mas depende de você se sua vida é uma mandala de neurose ou uma mandala de sanidade.
– Pema Chödron