Ver os outros através das lentes da interdependência nos ajuda a ver que não estamos separados das pessoas do outro lado dessas lacunas aparentes. Somos capazes de ver conexões causais que nos ligam a outras pessoas que parecem estar distantes de nós, mesmo que essas ligações não sejam visíveis a olho nu. Por exemplo, podemos revisar as amplas evidências e argumentos que mostram que aqueles que têm menos poder econômico fornecem a mão de obra que mantém baixo o custo de vida e alimenta a prosperidade material daqueles que têm mais. Isso significa que podemos identificar ligações entre nossa refeição e os trabalhadores do campo que colheram nossos vegetais e os trabalhadores da fábrica que fabricaram nossos pratos. No entanto, ter esse conhecimento intelectual de nossa conexão com eles não nos faz sentir pessoalmente próximos deles, especialmente quando as condições externas de suas vidas parecem tão diferentes das nossas.
Em muitos aspectos, somos criaturas de hábitos. Se vivermos dentro de certas condições por tempo suficiente, elas parecerão naturais para nós. Mas se tivéssemos vivido em condições diferentes, eles pareceriam igualmente naturais. Observar as condições culturais, religiosas ou materiais às quais os outros se habituaram pode nos fazer sentir que eles devem ser totalmente diferentes de nós, mas estamos apenas confundindo algo circunstancial com algo essencial. É em grande parte um acidente de nosso nascimento e das circunstâncias de nossa vida que passamos a achar certas condições familiares e outras estranhas ou distantes. Não é uma indicação de nada essencialmente diferente ou diferente sobre nós.
– 17th Karmapa
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