“Todos nós experimentamos a negatividade – a agressão básica de querer que as coisas sejam diferentes do que são. Nós nos agarramos, defendemos, atacamos e, embora haja uma sensação de nossa própria miséria, culpamos o mundo por nossa dor. Isso é negatividade. Sentimos isso como algo terrivelmente desagradável, fedorento, de que queremos nos livrar. Mas, se olharmos mais profundamente, tem um cheiro muito suculento e é muito vivo. A negatividade não é ruim per se, mas algo vivo e preciso, conectado com a realidade. A negatividade gera tensão, atrito, fofoca, descontentamento, mas também é muito precisa, deliberada e profunda. Infelizmente, as interpretações e julgamentos pesados que colocamos nessas experiências obscurecem esse fato. Essas interpretações são negatividade negativa, observando-nos sendo negativos e, em seguida, decidindo que a negatividade tem justificativa de estar lá. Essa negatividade parece de boa índole, com todos os tipos de boas qualidades nela, então damos tapinhas em suas costas, guardamos e justificamos isto. Ou, se somos culpados ou atacados por outros, interpretamos sua negatividade como sendo boa para nós. Em qualquer dos casos, o observador, ao comentar, interpretar e julgar, está camuflando e endurecendo a negatividade básica.”
“A honestidade e a simplicidade básicas da negatividade podem ser criativas na comunidade e também nos relacionamentos pessoais. A negatividade básica é muito reveladora e precisa. Se deixarmos isso como uma negatividade básica, em vez de cobri-lo com conceituações, veremos a natureza de sua inteligência. A negatividade gera uma grande quantidade de energia, que claramente vista se torna inteligência. Quando deixamos as energias como estão, com suas qualidades naturais, elas estão vivas, em vez de conceituadas. Eles fortalecem nosso dia a dia.”
Chögyam Trungpa no livro O Mito da Liberdade.
Pra resumir: até a negatividade a gente consegue complicar e piorar ao ficar remoendo e adicionando pensamentos e conceitos.
E.
Respire. Agora 