Você deve saber que a expectativa de vida de uma pessoa no Brasil é de 77 anos, mais ou menos. Veja bem, 77 anos. Isso é um fato estatístico, pegam todas as idades, aplicam um cálculo e chegam no valor. Esse valor é um fato.
O curioso é que parece que vivemos num mundo baseado em opiniões e achismos cada vez maior. “Veja lá… Olha minha avó com 93 anos!”
Claro que sua avozinha de 93 anos precisa ser lembrada, no entanto ela é fora da média. Ela entra no cálculo, assim como alguém com 50 anos também entra no cálculo. O fato é evidente e não olhamos, desviamos o olhar como sempre fizemos com essa grande questão da morte.
A morte é o último (até onde sei) e definitivo ato da impermanência, que também não entendemos, não aceitamos, ou então queremos controlar.
Ao meditar contemplamos o surgir, permanecer e logo depois o cessar. Surge, fica um pouco, vai embora. Com tudo é assim, observe. Se você insistir nesse negócio de meditação vai ter um momento, bem peculiar, em que você vai ver por você mesmo essa impermanência em funcionamento, algo surge, fica e depois cessa. E ver isso é ver o fato.
Intelectualmente a gente sabe o que a palavra diz, mas a gente precisa ver. Todo mundo sabe o que é uma Orca. Ver um delas nadando e saltando é o ver.
Nunca vi Orca. Vi um golfinho uma vez, mas estava preso. Ver bicho preso não deve ser ver de fato.
E.
a permanência da impermanência. Breve.
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