Depois de realizar que o espírito é silêncio por natureza, já não é necessário escutar ou meditar os ensinamentos religiosos.
Depois de realizar que o espírito é incorruptível por natureza, já não é necessário buscar a absolvição de seus pecados.
Também já não é necessária a absolvição para quem permanece no estado de quietude mental.
Para quem atingiu o estado de pureza absoluta, já não é necessário meditar sobre o caminho ou sobre os meios de avançar por ele, uma vez que seu objetivo foi atingido.
Depois de realizar que os conhecimentos são ilusórios e irreais por natureza, já não é necessário meditar sobre o estado de não conhecimento.
Depois de realizar que as paixões obscurecedoras são ilusórias e irreais por natureza, já não é necessário buscar seu antídoto.
Depois de realizar que todos os fenômenos são ilusórios, é supérfluo buscar ou rejeitar o que quer que seja.
Depois de reconhecer que a aflição e o infortúnio são bênçãos, é supérfluo buscar a felicidade.
Depois de reconhecer que sua própria consciência é inata por natureza, já não é necessário praticar a transferência de consciência.
Se em tudo o que se faz busca-se apenas o bem dos outros, já não é necessário buscar no que se faz qualquer vantagem para si mesmo.
Gampopa (1079 – 1153) primeiro discípulo de Milarepa.