Aquele que se livra dos sentidos não retém qualquer ideia daquilo que obteve. Aquele que toma consciência da sua vida como um movimento interminável de ir e voltar não poderá apegar-se a nenhuma etapa da sua vida. Aquele que obtém a transcendência máxima não pensará ter transcendido a vida nem a morte.
O ego assemelha-se a um macaco que vive a saltar nas árvores completamente fascinado pelo reino dos sentidos. A balançar entre um desejo e o seguinte, de um para outro conflito, de uma ideia auto-centrada para outra. Se o ameaçardes, ele temerá pela sua sorte. Deixai tal macaco prosseguir; soltai a actividade dos sentidos. Deixai que o desejo prossiga de igual forma; os conflitos e as ideias. Soltai a ficção da vida e da morte. Permanecei simplesmente no centro da observação. Depois, esquecei-vos de estar a observar. Se permanecerdes isentos de desejos, alcançareis a felicidade da ausência de ego.
No Hua Hu Ching
Alguns ensinamentos são tão profundos que nem parece necessário a leitura completa porque na primeira frase já existe material para a meditação de uma vida inteira:
“Aquele que se livra dos sentidos não retém qualquer ideia daquilo que obteve”
Nunca deixo de me impressionar…
E.