Enquanto uma técnica secularizada enxuta – o que alguns críticos estão chamando de “McMindfulness” – pode torná-la mais palatável ao mundo corporativo, a descontextualização de sua finalidade libertadora e transformadora original, bem como sua fundação na ética social, equivale a uma barganha faustiana. Em vez de aplicar ‘mindfulness’ como um meio de despertar as pessoas e as organizações em relação às raízes prejudiciais da ganância, má vontade e ilusão, ela tem sido comumente remodelada numa técnica banal e terapêutica de autoajuda que pode, na verdade, reforçar aquelas raízes.
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No entanto, a prática da mindfulness por si só é suficiente? É um pouco otimista demais acreditar que a mindfulness transformará você automaticamente em uma pessoa mais compassiva.
Uma mente calma e clara não é em si garantia para um comportamento ético. É possível que existam atiradores e psicopatas capazes de ter uma atenção plena, mantendo uma mente calma e estável. Mas não é possível que existam atiradores e psicopatas compassivos.
No budismo, não existe apenas o conceito de atenção plena, mas também de atenção plena correta, ou seja, parte de uma prática para realmente lidar profundamente com a questão do sofrimento. A atenção plena está inserida num amplo contexto espiritual e moral, associada a conceitos como compaixão e sabedoria. Para se viver melhor, não basta prestar atenção; existe um caminho que envolve aquilo que se diz, o que se faz e até como se pensa.
mais: https://vidaboa.net/2017/04/09/as-limitacoes-do-mindfulness-ocidental/