Jung, um chefe índio e o homem branco louco

No seu livro Memórias, Sonhos, Reflexões, Jung diz que conversou com um índio do Novo México, dos Pueblos numa região chamada Taos pueblos. O chefe dessas vilas era um homem entre 40 e 50 anos chamado Ochwiay Biano (Mountain Lake).  Jung relata que conseguiu conversar com ele como nunca antes tinha feito com um europeu, parece que impressiona Jung o fato de ter uma conversa pura com um nativo puro, ainda não “contaminado” pela cultura européia.

Portanto o que esse chefe índio diz ele diz de dentro dele e de forma original, quero dizer, ele não é nenhum guru holístico quântico que decorou textos e adquiriu um novo comportamento. Ele é isso, é original e isso precisa ser bem frisado como estou fazendo porque o diálogo é muito curto, mas extremamente profundo e poderoso.

Segue:

“Veja”, Ochwiay Biano disse, “como o homem branco tem uma aparência cruel. Seus lábios são finos, seu nariz afiado, suas faces sulcadas e distorcidas por pregas na pele. Seus olhos são arregalados, eles estão sempre procurando por algo. O que estão procurando? Os brancos sempre querem alguma coisa; estão sempre preocupados e agitados. Nós não sabemos o que eles querem. Nós não os entendemos. Nós pensamos que eles são loucos.”

Jung então pergunta ao chefe índio por que ele pensa que os homens brancos são loucos.

“Eles dizem que pensam com suas cabeças” – diz o chefe índio

“Mas é claro. Com o que você pensa?” lhe pergunta Jung (fico imaginando o assombro dele ao escutar algo assim tão fora do comum)

“Nós pensamos aqui” disse o chefe índio indicando o coração.

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