Deixar ir tem mais a ver com paciência – Mark Epstein

Embora a Ação Correta possa ajudar os terapeutas em seu próprio perfeccionismo, ela também pode ser extremamente útil no lado do paciente. As pessoas querem saber, acima de tudo, o que podem fazer para se sentir melhor. Para mim, é aqui que a Ação Correta é mais útil. Muitas pessoas que são atraídas pelo budismo -e outras tantas que vêm para a terapia – acham que a resposta está no “deixar ir”. “Ensine-me a deixar ir”, elas pedem. “Se eu aprender a meditar corretamente, isso me ajudará? ” A suposição mais comum delas é a de que deixar ir significa desistir daquilo que as incomoda. Se estão com raiva de alguém, dizem a si mesmas para deixar sua raiva ir embora. Caso estejam ansiosas, tentam deixar de lado sua ansiedade. Se convivem com pensamentos perturbadores, se esforçam para despachá-los. Ou se estão tristes e aborrecidas consigo mesmas, tentam renunciar aos sentimentos infelizes.

Todavia deixar ir não significa liberar aquilo que está incomodando. Tentar se livrar disso só o torna mais forte. Deixar ir tem mais a ver com paciência do que com liberação. Há uma diferença de rumo, valor intrínseco e perspectiva em relação à maneira como comumente pensamos. Uma frase famosa no budismo japonês tenta explicar isso. “Aprenda o passo atrás que comuta sua luz para dentro iluminando a si mesmo”, sugere. Então, “corpo e mente, de per si, desaparecerão, e sua face original se manifestará”. Esse passo para trás é outra maneira de descrever a Ação Correta. Você se acomoda em si mesmo, em vez de tentar fazer com que o elemento perturbador vá embora. Se alguma coisa se vai, isso acontece por si só. Você não pode fazer isso acontecer diretamente.

Do livro Conselho não se dá – Dr. Mark Epstein

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