Na verdade, nunca percebemos o que está lá, apenas o que está relacionado a nós por meio de nossos sentidos. A realidade percebida por uma mosca, com seus olhos e antenas de estrutura muito diferente, é bem diferente da realidade que percebemos, mas é igualmente válida do ponto de vista da mosca. Não vemos as coisas melhor do que a mosca, apenas vemos nossa própria versão. Veja este copo, por exemplo. É muito sólido. Se eu acertasse alguém com isso, ele sentiria. Mas a física moderna nos diz que esse vidro é composto principalmente de espaço, com apenas alguns elétrons, prótons e nêutrons passando por ele. No entanto, não percebemos dessa forma. E se eu fosse uma formiga, ou um elefante, ou um golfinho, perceberia outra coisa novamente. Cada uma dessas percepções é válida. Nossa versão não é melhor do que a de ninguém.
– Tenzin Palmo do livro “Reflexões sobre um lago de montanha: Ensinamentos sobre o budismo prático”