Quando analisamos nossa experiência, temos idéias de tempo ou espaço, grande ou pequeno, pesado ou leve. Uma escala de algum tipo é necessária e, com várias escalas em nossa mente, experimentamos coisas. Mesmo assim, a coisa em si não tem escala. Isso é algo que adicionamos à realidade. Porque sempre usamos uma escala e dependemos muito dela, achamos que a escala realmente existe. Mas não existe. Se existisse, existiria com as coisas. Usando uma escala, você pode analisar uma realidade em entidades, grandes e pequenas, mas assim que conceituamos algo, já é uma experiência morta.
Nós “esvaziamos” as ideias grandes ou pequenas, boas ou más de nossa experiência, porque a medição que usamos geralmente é baseada no self. Quando dizemos bom ou mau, a escala é você. Essa escala nem sempre é a mesma. Cada pessoa tem uma escala diferente. Portanto, não digo que a escala está sempre errada, mas somos propensos a usar nossa escala egoísta quando analisamos ou quando temos uma ideia sobre algo. Essa parte egoísta deve estar vazia. Esvaziarmos essa parte é praticar zazen e nos acostumarmos a aceitar as coisas como são, sem nenhuma ideia de grande ou pequeno, bom ou mau.
– Shunryu Suzuki